Planejar aulas já é um desafio para os docentes, e fica ainda maior quando eles precisam encontrar meios de tornar as aulas remotas acessíveis para as Pessoas com Deficiência (PCD), em que essa modalidade afeta diretamente a qualidade do aprendizado
Há 3 anos a estudante de Licenciatura em Biologia, Nelma Sousa, descobriu possuir glaucoma, já em fase bastante avançada, o que a deixou com baixa visão. Essa nova condição lhe acarretou diversos desafios, começando pela forma de aprender os conteúdos ensinados em seu curso.
Dentro da Instituição de Ensino Superior que estuda, Nelma até hoje precisa explicar a diferença entre baixa visão e cegueira para quem a questiona: “muitas pessoas desconhecem esta classificação como deficiência”, afirmou. A deficiência visual, baixa visão que Nelma possui é apenas uma entre as diversas classificações já catalogadas no Brasil e no mundo.
Para Nelma, aprender, principalmente agora durante a pandemia do novo Coronavírus (Sars-CoV-2), se tornou um desafio ainda maior, já que nem todas as tecnologias utilizadas em aulas remotas estão aliadas à acessibilidade. Outra questão é que em algumas Instituições de Ensino Superior (IES) os estudantes não participam do processo de escolha de quais tecnologias na educação são as mais adequadas ao ensino para pessoas com deficiência: “pois nós sabemos as dificuldades que enfrentamos ao acesso à informação e ao conhecimento”, afirmou.
A Profª Drª Maria Nilza Oliveira Quixaba, Diretora da Diretoria de Acessibilidade da Universidade Federal do Maranhão (DACES/PROEN/UFMA), durante o webinário “Estudantes com Deficiência e o Ensino Remoto: sugestões de acessibilidade”, promovido pela Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED/UFMA) na última quarta-feira (12), trouxe a discussão sobre a socialização de sugestões de acessibilidade no ensino remoto para estudantes com deficiência.
A professora abordou que termos podem ou não serem utilizados para a identificação das Pessoas com Deficiência (PCD): “Não é pessoa portadora [de deficiência], porque não se utiliza mais esse termo ‘portadora’, porque a deficiência não se porta, na verdade é uma condição”, pontuou Maria Nilza. A professora também abordou aspectos jurídicos que englobam a temática.
Durante o webinário ainda foram colocadas em pauta questões sobre como os docentes podem planejar aulas mais acessíveis, levando em consideração as especificidades de cada aluno como, por exemplo, quem possui deficiência auditiva, baixa visual e cegueira total.
Nelma, que sempre participa de todas as atividades que possam auxiliar no fomento da discussão sobre a acessibilidade, e aproveitou a oportunidade para colocar em questão o que é ‘acessibilidade atitudinal’: “Durante o webinário, pedi para a palestrante fazer um breve comentário sobre acessibilidade atitudinal, pois muitos desconhecem este tipo de acessibilidade. Porque quando se fala em acessibilidade, pensa-se em adaptações e finalizações de espaço físicos ou recursos que possam auxiliar a pessoa com deficiência a ter informação, que possa auxiliar na locomoção. E a acessibilidade atitudinal é se colocar no lugar do outro. É ter sensibilidade de perceber e entender as barreiras que a pessoa com deficiência enfrenta. E essas barreiras não ocorrem apenas presencialmente (nas instituições de ensino) mas remotamente também’, finalizou.
Confira o webinário, clicando no vídeo abaixo:
Este e todos os webinários já realizados são disponibilizados no portal “EaD Para Você” em até 48h após a realização. Para obter acesso, clique aqui. Você pode ainda, conferir a agenda, atualizada semanalmente, dos próximos eventos a serem realizados, na página “Agenda dos Webinários”.
Os webinários promovidos pelo “EaD Para Você” possuem certificação, com carga horária referente a sua duração. Para obter o certificado é necessário realizar inscrição no SIGEventos, por meio do link: https://sigeventos.ufma.br/.
Confira o tutorial de inscrição aqui: https://bityli.com/2n24U.
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