A Atenção Primária a Saúde é um modelo de extrema importância na reorganização da entrada do paciente no sistema de saúde, na qual auxilia para que estes pacientes possam ter um atendimento primário de acordo com o seu potencial de risco, ocorrendo a partir do acolhimento com classificação de risco.
Segundo a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB, 2017) acolhimento com classificação de risco refere-se a um conjunto de ações no processo de avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica realizadas por meio da escuta qualificada e comprometida com a avaliação do potencial de risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, considerando dimensões de expressão (física, psíquica, social, etc.) e gravidade, que possibilita priorizar os atendimentos a eventos agudos (condições agudas e agudizações de condições crônicas) conforme a necessidade, a partir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretrizes e protocolos assistenciais definidos no SUS.
Na Atenção Básica é fundamental para que a equipe de saúde organize as ações que devem ser oferecidas a cada grupo ou estrato de risco/vulnerabilidade, levando em consideração a necessidade e adesão dos usuários, bem como a racionalidade dos recursos disponíveis nos serviços de saúde (PNAB, 2017). Como afirma a Profa. Paola Trindade: a estratificação de risco consiste no processo pelo qual se utiliza critérios clínicos, sociais, econômicos, familiares e outros, com base em diretrizes clínicas, para identificar subgrupos de acordo com a complexidade da condição crônica de saúde, com o objetivo de diferenciar o cuidado clínico e os fluxos que cada usuário deve seguir na Rede de Atenção à Saúde para um cuidado integral.
O acolhimento com classificação de risco e a estratificação de risco, destacam-se como importantes ações no processo de avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica, ações estas que a deixam mais resolutiva e efetiva. Logo, cabe aos profissionais assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, com classificação de risco e o encaminhamento responsável de acordo com as necessidades apresentadas.
Por fim, A Profa. Paola Trindade destaca que os profissionais os quais compõem este nível de atenção devem compreender e efetivar dentro do seu processo de trabalho estas ações de avaliação de risco e vulnerabilidade. Estes mecanismos podem garantir que os profissionais consigam receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços, de modo universal, de fácil acesso e sem caracterizações excludentes, e a partir daí construir soluções para suas necessidades o que garante o atendimento ao princípio da universalidade, previsto na Política Nacional de Atenção Básica (2017).
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