Abordando os desafios da pesquisa e o cenário científico no país, o professor Maurício José Morais, do Centro Universitário Dom Bosco e docente EaD na UFMA, ministrou, nessa segunda-feira, 24, a palestra intitulada “A importância da pesquisa no ensino de Ciências” na abertura do Workshop de Defesas Ciência é 10. O evento, promovido pela Diretoria de Tecnologias na Educação da Universidade (DTED/UFMA), ocorrerá até o dia 28 de janeiro e contará com a apresentação de 40 trabalhos científicos do Curso de Especialização em Ensino de Ciências.
Segundo o palestrante, as iniciativas que envolvem o fazer científico, estão atreladas à inovação, ciência e tecnologia. “Quando a gente se propõe a investigar acerca de determinado tema, buscar solução de problemas ou conhecimentos que não dominamos as categorias – inovação, ciência e tecnologia – acabam convergindo”, afirmou.
A importância da pesquisa dentro de Instituições de Ensino Superior que capacitam seus alunos dentro de uma perspectiva de ensino baseada na tríade “ensino, pesquisa e extensão”, nunca foi tão importante para o que aflige o mundo neste momento, pois corrobora de maneira inerente na busca incessante pelo conhecimento.
“Eu coloco a pesquisa como uma categoria muito importante quando pensamos no desenvolvimento de pessoas, soluções e no desenvolvimento de tratamentos de saúde, visto o período que nós estamos vivendo, porque se não tivéssemos pesquisadores tão empenhados, dificilmente conseguiríamos ter alternativas em termos de tratamento de saúde e prevenção para a Covid-19”, declarou Morais.
Para ele, inserir os alunos no mundo da pesquisa tem sido um dos maiores desafios. “Se tivéssemos uma educação que estimulasse os alunos a refletir e investigar, talvez não tivéssemos uma indústria muita grande de Fake News, por exemplo. Essa articulação de diferentes conhecimentos, que ocorre por meio da pesquisa, possibilita a construção de novos caminhos, novos olhares”, analisou.
E os ganhos com as pesquisa, aliada ao ensino de ciências, são imensuráveis, prosseguiu o palestrante. “A pesquisa no ensino de ciências pode ser um caminho para a autonomia intelectual do aluno, que passa a ter a possibilidade real de exercer sua criatividade e de construir um raciocínio crítico, articulação entre os vários conhecimentos, cujo envolvimento pode superar a dicotomia teoria e prática, além de proporcionar ao estudante momentos de grande satisfação. A pesquisa é, portanto, indispensável para o Ensino de Ciências, visto que, o conhecimento científico está acelerando o processo de evolução”, revelou.
O ensino com pesquisa vai além da difusão de informações, alerta o palestrante. “O ensino com pesquisa não visa formar, somente, um profissional pesquisador, mas incentivar os alunos a entender como ocorre esse processo investigativo, a formular questionamentos e a escolher uma boa base metodológica para que ele consiga, por meio desse processo sistemático, conhecer a realidade que o cerca, de forma contextualizada e bem fundamentada, e, dessa maneira, o ensino não será apenas uma mera transmissão de informações”, frisou.
Segundo Morais, o processo de formação de professores nos curso de licenciaturas ainda precisar avançar bastante. “Reforço a necessidade de ações formativas junto aos docentes; a promoção de iniciativas de inserção e valorização do professor de ciências em grupos e projetos para que eles tenham ainda mais interesse em desenvolver o processo investigativo nos estudantes; além de revisão dos currículos de graduação, a busca por formação continuada e atualização científica, e o desenvolvimento de políticas públicas”, apontou.
CIÊNCIA É 10 – O Curso de Especialização em Ensino de Ciências, em EAD, tem como objetivo qualificar professores graduados que estão atuando na rede pública de ensino e dando aulas de Ciências nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). O “Ciência é 10”, como é chamado o curso, é uma iniciativa da CAPES e é integrante do Projeto Nacional Ciência na Escola, uma parceria entre MEC, MCTIC e CNPq. O curso atende a uma carga horária total equivalente a 480 horas divididas em três módulos distintos, com atuação nos polos em Açailândia, Arari, São Luís, Anapurus e Barra do Corda. Quem tiver interesse em participar do evento como ouvinte pode se inscrever, gratuitamente, no site Workshop de Defesas Ciência é 10.
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