Da Redação
A pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2) afetou bruscamente o funcionamento de diversos setores da sociedade. No Brasil, devido à suspensão das aulas presenciais, as muitas instituições de ensino migraram para o ambiente digital, a fim de evitar a interrupção do semestre letivo. Com tais mudanças emergenciais, também surgiram algumas dúvidas e confusões entre dois conceitos da área da educação: ensino a distância e ensino remoto.
Ambos se referem ao ensino mediado pela tecnologia. Entretanto, existem algumas características específicas que os diferenciam. Segundo Isabel Ibarra, Pró-Reitora de Ensino da Universidade Federal do Maranhão, “a educação a distância é uma modalidade de ensino regulamentada no Brasil nas Diretrizes No.1 de 2016, que tem um desenho curricular, metodologias e arquiteturas próprias. O que hoje chamamos de ensino remoto ou ensino remoto emergencial é uma resposta que a educação no mundo tem buscado para enfrentar a situação imposta pelo isolamento social. Tal perspectiva permite o auto estudo e a substituição temporária dos encontros presenciais por ambientes virtuais”.
Existem grandes diferenças em relação a como os dois tipos de ensino são realizados no ambiente on-line. O ensino a distância tem um conceito muito semelhante ao ensino presencial, ou seja, a modalidade é mais padronizada: possui provas, material didático, cronograma e calendário letivos normalizados pela instituição. Além disso, também existem tutores disponíveis para tirar as dúvidas dos alunos e diversos recursos educacionais.
Por sua vez, o ensino remoto é adotado como uma solução para uma situação emergencial, como a atual pandemia. Logo, as aulas ao vivo, materiais produzidos pelo professor da disciplina e um cronograma adaptado ao contexto atual são alguns pontos comuns neste tipo de ensino. Com isso, surge um grande desafio não só aos discentes, mas também aos docentes e instituições, como a necessidade de “capacitar os docentes e dar-lhes tempo para que planejem suas aulas no formato de ensino remoto. Ainda, encorajar e possibilitar aos estudantes um tempo maior de estudo e oferecer diferentes possibilidades de experiências formativas”, afirma Isabel Ibarra.
Educação on-line efetiva
O processo de aprendizagem não deve ser prejudicado, mesmo se o ensino for adaptado a uma situação emergencial. Para garantir maior efetividade na educação, alguns aspectos relevantes ganham importância durante a criação e desenvolvimento do conteúdo educacional, que deve ser bem planejado e aplicado pelo docente.
No livro “Learning Online: What Research Tells Us about Whether, When and How”, os autores da obra identificaram nove dimensões referentes ao contexto da aprendizagem on-line que, quando integradas, resultam em um resultado positivo. São elas: modalidade, ritmo, proporção aluno-docente, método pedagógico, objetivo das avaliações, função do docente, função do aluno, sincronia da comunicação on-line e fonte de feedback. Para cada uma dessas categorias, existem opções e soluções diferentes de como adaptar o conteúdo a ser criado.
Opções de design da aprendizagem on-line (moderação de variáveis)
Além dessas categorias destacadas na pesquisa, existem outras relevantes que devem ser definidas para alcançar um bom ensino on-line, como o tipo de interação (aluno-aluno ou aluno-conteúdo), porém é necessário lembrar que o ensino é um processo social e cognitivo, cuidadosamente planejado para que não se torne uma via de mão única com o intuito de apenas transmitir informações.
*Algumas imagens utilizadas nesse post são meramente ilustrativas e de reprodução da internet.
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