A pandemia do novo Coronavírus (Sars-CoV-2) trouxe à tona um assunto quejá se tornou realidade na prática docente: o ensino remoto. A mudança para o ambiente digital revelou a falta de preparo de muitos docentes para uso da tecnologia nas práticas educativas. Todavia, o investimento em capacitação das equipes pedagógicas para a utilização de ferramentas e demais recursos tecnológicos tem sido a alternativa viável para contornar o problema.
Veraluce da Silva Lima, professora de Língua Portuguesa do curso de Letras (Licenciatura), na modalidade a distância, da Universidade Federal do Maranhão, possui uma extensa experiência na área e revela que a implementação da educação por intermédio da tecnologia é um processo árduo, complexo e que leva tempo. A professora, que é pioneira na implementação do ensino a distância na UFMA, já atuou como Diretora do antigo Núcleo de Educação a Distância (NEAD) da UFMA e como Coordenadora da Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Com base em sua experiência na área, Veraluce revela que surgem muitas dificuldades durante o processo de desenvolvimento e aplicação do ensino remoto, mas que, a seu ver, podem ser facilmente superadas com o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Para a docente, tais recursos facilitam o processo ensino-aprendizagem de uma área de conhecimento, podendo torná-lo mais dinâmico, interessante, além de colocar o professor da modalidade a distância como um profissional engajado em seu contexto.
As modalidades presencial e a distância podem ser diferentes em suas metodologias. No entanto, possuem o mesmo objetivo educacional. Pode-se tomar, por exemplo, o curso a distância de Letras (Licenciatura) da UFMA, que tem como objetivo formar profissionais que atuem no magistério, trabalhando com a língua e a literatura da língua escolhida pelo discente. Na prática, a diferença entre os cursos mediados pela tecnologia e os cursos presenciais é que os cursos a distância ofertam disciplinas que requerem do aluno o gerenciamento ainda mais efetivo de sua aprendizagem.
Segundo a professora Veraluce, “todos os cursos a distância ofertam disciplinas que exigem do aluno a organização do seu estudo. Esse tipo de ensino muda o papel do professor frente ao processo ensino-aprendizagem, exigindo do aluno autonomia e disciplina para gerenciar sua aprendizagem, o qual deve ser capaz de se autodirigir e autorregular”.
Outros desafios na modalidade remota que podem afetar, especialmente, os docentes, estão relacionados à falta de recursos e infraestrutura. A mudança da aula presencial para a aula remota requer a utilização de internet e de recursos tecnológicos apropriados, além de investimento, tanto por parte dos alunos, como dos docentes. Veraluce colocou como exemplo a implementação do curso de Letras-Licenciatura, em EaD na UFMA. “Não foi um processo muito fácil, pois não sabíamos lidar muito bem com as plataformas, como o AVA. Alguns professores até hoje sentem dificuldades em lidar com as TICs, principalmente no que diz respeito à parte burocrática, como: avaliação dos alunos, colocação de notas, dentre outras atividades pertinentes ao processo”, pontuou.
Entretanto, apesar de existirem percalços, eles não impediram que a EaD fosse implementada e que os professores lecionassem, já que o propósito é mais relevante, pois “esse tipo de ensino possibilita a inclusão daqueles que estão à margem de uma sociedade e que têm na cultura letrada sua forma de ascensão social”, finaliza a docente Veraluce.
Portal Ead Para Você
Com a certeza de que o investimento em capacitação do corpo docente da UFMA é o melhor caminho para garantir o alcance dos objetivos educacionais durante o ensino remoto, a Diretoria Interdisciplinar de Tecnologias na Educação (DINTE), por meio do projeto EaD para Você, tem subsidiado a aquisição de conhecimentos na esfera das Tecnologias na Educação, por meio de informações, cursos, treinamentos, webinários, entre outras iniciativas educacionais.
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